Dia Nacional do Surdo: Educação no trânsito e inclusão abre um mundo de oportunidades 

A campanha Setembro Azul visa conscientizar as pessoas sobre a acessibilidade e inclusão da comunidade surda no mundo. O movimento empenha-se em manter viva a Língua de Sinais, além da busca incessante pelo direito à educação de qualidade para as pessoas com surdez. E no trânsito? Quais os desafios para a comunidade surda? Vamos aproveitar o Dia Nacional do Surdo, celebrado neste dia 26 de setembro, para chamar a atenção para esse assunto.  

Quando falamos da comunidade surda no trânsito, por mais que haja legislação para amparar e auxiliar as pessoas com deficiência auditiva na sua formação, os espaços educacionais devem, cada vez mais, serem acolhedores e inclusivos. Afinal, a segurança no trânsito é um direito de todos, e a educação desempenha um papel crucial nesse processo. 

De acordo com a professora tradutora e Intérprete de Libras, Débora de Camargo, os desafios para a comunidade surda no trânsito são grandes e o tema merece bastante atenção. “A maior dificuldade é a interlocução no dia a dia, por não ouvir o barulho de uma moto passando, de uma buzina, por exemplo, eles têm que ficar muito mais atentos”, comenta.  

Para ela, quanto mais cedo trabalhar o tema educação para o trânsito nas escolas e incluir as crianças surdas, com o apoio de um intérprete de Libras, abrirá para eles um mundo de conhecimento e oportunidades e trará mais segurança para todos.

As crianças já tem dificuldade para atravessar uma rua, quando cai uma bola, correndo atrás de pipa, imagine um surdo, que simplesmente atravessa e sendo criança e surda sem ter noção de que está vindo um caminhão, então a atenção tem que ser redobrada.  

— Débora de Camargo, tradutora e Intérprete de Libras

Ao trabalhar o trânsito com crianças é possível explorar diversos campos de conhecimento em diferentes tipos de atividades, com o intuito de ensinar as crianças a respeitarem regras básicas de convívio social e entenderem a importância destas regras, ampliando seus conhecimentos socioculturais, para que eles saibam agir no cotidiano. E o mais importante, criando comportamentos seguros em todos os ambientes do trânsito, como pedestres, motoristas e ciclistas, no transporte público e escolar.  

Na escola a Educação para o trânsito pode ser trabalhada como um tema transversal e, por sua vez, está diretamente relacionada com as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Empatia e Cooperação e Responsabilidade e Cidadania, valores repassados pelas famílias, que serão ampliados dentro de um contexto educacional e social.   

Escola pública estadual promove interação com aluna surda durante palestra do projeto de educação para o trânsito.

Com o programa Trânsito Feliz, os estudantes poderão realizar atividades pedagógicas e tecnológicas que abordarão temas relacionados às dinâmicas do trânsito e compreensão das tecnologias e conceitos físicos e matemáticos empregados nos equipamentos de gestão de tráfego, conscientização sobre a garantia de acessibilidade nas vias e em locais públicos, e inclusão. É focado na preservação da vida por meio de atitudes conscientes que trabalham o pensamento crítico e computacional. De forma divertida e lúdica, poderão compreender e aprender na prática como tornar o trânsito mais seguro e gentil, respeitando as leis e as pessoas.  

O programa é contextualizado e personalizado para cada faixa etária, com cadernos educativos, robô programável, e estruturas modulares interativas do contexto das cidades, que podem ser personalizadas e adaptadas à infraestrutura local.   

Campanhas de conscientização, legislação e políticas públicas que garantam os direitos das pessoas surdas são iniciativas inclusivas e importantes para toda a comunidade. E a atenção para o trânsito pode fazer toda a diferença! 

Confira as datas que marcam
a história da educação dos surdos